15º Dia - Pousada Tagüe a Buenos Aires

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Obrigado pelo apoio, fico honrado pelo carinho recebido de vocês.

Estou bem, cheguei a Buenos Aires. Tenho muitas coisas a contar.

Seguindo meus instintos e com Deus à minha frente colocando anjos, cheguei até aqui e penso em continuar.


Ao sair do quarto eu me deparo com um tremendo céu azul. Tive que piscar os olhos para me acostumar com a claridade.


No meio do caminho eu recebo o aviso que o pão de queijo havia acabado, fui informado pelo Fábio, motociclista harleiro, gaúcho residente em São Paulo e que estava indo na mesma direção que eu. Conversamos um pouco e seguimos adiante.

No servicompras, me perguntaram se eu estava melhor, o que confirmei e tomei meu desayuno. Solicitei ajuda para encontrar um hotel e me deram uma indicação que não se confirmou por não ter quartos disponíveis. Deixei uma mensagem de agradecimento ao Sr. Néstor e prometi-lhe mencionar seu nome em meu blog.


Para quem estiver indo à Argentina de carro ou moto: Parador El Tagüe, Ruta 14 y Prov. 16, telefax (03446) 493085, Gualeguaychu, Entre Rios. Excelente atendimento, ótimos quartos (novos), preço (150 pesos). Eu recomendo.

O dia estava lindo, nenhuma nuvem no céu. Vejam pelas fotos. Um excelente dia para viajar. Minha moto estava 10. Eu, confiante. O vento no rosto, luvas me protegendo.

A uns 50 km de Buenos Aires eu parei no acostamento, pela quarta vez, para ajustar o meu MP3 e percebi que um carro parou na minha frente. Eu já o havia visto anteriormente.

O senhor que desceu veio me perguntar se eu estava com problemas, primeiro em espanhol e assim que ficou sabendo ser eu brasileiro, em português. Chama-se Eduardo e o acompanhante, Sebastião. Viajavam em um VW 1500, parecido com o nosso Dodge Polara. Contou que fez uma viagem da Áustria até a Índia numa Honda 150 Four. Muito atencioso, desejou-me boa viagem. Cruzei com eles mais adiante.

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Quem sabe o que é alguém que não lhe conhece, lhe ajudar gratuitamente e apenas por que sentir que eu era uma boa pessoa? Pois isso aconteceu comigo.

Parei em um posto de gasolina e vi um rapaz em uma BMW F650 (que na verdade é uma 800) e perguntei-lhe onde eu poderia almoçar. Falou que se eu esperasse o irmão dele chegar iríamos a um restaurante uns 13 km mais adiante. Seu nome é Gabriel Viviani, trabalha com refrigeração comercial, casado e dois filhos.

Usei o meu portunhol canhestro e até recebi elogios, disse-me que o meu espanhol era melhor que o seu português. Rimos e acho que ali se estabeleceu um elo de amizade.

Almoçamos juntos, eu, ele e o Carlos, são irmão mais novo. Pagaram meu almoço, pedágio, fez ligações do celular para conseguir o meu hotel, levou-me até sua casa, me apresentou a oficina onde deixei minha moto para uma mini revisão, trouxe-me ao hotel, acompanhei-o até uma espécie de cartório, passeou um pouco me apresentando alguns pontos turísticos, me levou até a oficina e me trouxe em sua moto até o hotel. UFA! Ficamos juntos desde as 13 h até as 20 h. 

Um grande amigo e agora um irmão argentino. Abriu as portas, tratou-me muito bem, fez tudo o que podia por mim. É inegável que pessoas de bom coração existem.

É a magia da estrada se confirmando aqui neste lugar. Todos que já passaram por aqui já viveram isso antes. Como nós que somos receptivos e calorosos aos amigos e aos que precisam de ajuda, aqui também existe.

Antes que fique muito tarde e longo demais esse post, me despeço com uma citação do Senhor Eduardo:

"Quanto mais louca a viagem, mais coerente deve ser o viajante"

Abraço a todos,

Marcio