Olá a todos.
Para ouvir lendo esse blog:
ESTOU EM CASA!
Depois de 30 dias e 7.492,2 km eu cheguei em casa inteiro e com muita bagagem, tanto física quanto espiritual. Conheci pessoas, lugares, culturas. Cultivei a amizade, a tolerância, a paciência, o desapego e o amor. Passei por pequenos apuros e grandes alegrias. Fiz o que queria e o que pude fazer, aproveitei o suficiente todas as oportunidades que apareceram.
Obrigado a todos que conheci e a todos que aqui ficaram torcendo por mim e pelo sucesso da viagem.
Bem, o dia começou antes do celular despertar, acordei antes dele. Abri a porta e deparei com um maravilhoso céu azul, veja a foto e comprove.
Depois de tomar o café colonial do hotel, preparei-me para passear pela cidade, fazia um friozinho, mas não usei nada a mais para me proteger. Consegui suportar bem o frio, provavelmente quem me viu andando desse jeito deve ter achado que sou doido. Não consegui achar nenhum mirante na cidade apesar das placas indicativas. Subi, desci, subi de novo. Fui ao aeroporto da cidade, tirei fotos. Comprei presentes e voltei ao hotel para arrumar, pela última vez, a bagagem.
Vou sentir saudades dessa rotina, rodar o dia inteiro, encontrar hotel, tirar bagagem, acomodar-me, carregar eletrônicos, atualizar blog, responder emails, prosear com amigos, levantar, café, colocar bagagem na moto e rodar de novo.
Enfim, deixei o hotel, passei no portal e mais 2 km, completei 7.000 km no odômetro parcial. E tome curvas, subidas e descidas radicais, Gabriel e fiz um vídeo para ele ver como é a minha terra. Lembrei do Divino e de como ele adoraria dirigir nessa estrada.
Parei no Chalé da Tânia para comprar uma cachaça de banana para presentear ao meu mecânico de moto, Piter. Porém, acho que ele não vai gostar, ele aprecia é uma boa pinga. Tirei foto do Chalé e fui cobrado a tirar uma foto da vaquinha (que tem um nome que esqueci). E prometi mandar um SMS quando chegasse em casa, avisando que cheguei bem e que as garrafas e doces também.
Cheguei a Camanducaia, cidade que todas as outras deveriam copiar: tem placas indicativas que não deixam ninguém em dúvida para onde seguir e alcancei a Fernão Dias.
Avaliei se deveria abastecer na cidade ou na estrada. Decidi pela estrada, só que o tempo foi passando e nada de posto aparecer, já estava com 58 km na reserva, calculei que teria autonomia para mais 27 km. Até que apareceu um pedágio, encostei e pedi informação: tinha um posto 1,5 km à frente em Cambuí. Beleza. Abasteci sentei a mão, até abastecer em Carmo da Cachoeira, fiz 19 km/l. Como esperava chegar em casa com esse tanque, tentei maneirar, consegui chegar tranqüilo.
Até Pouso Alegre, completei o trecho da rodovia que eu nunca havia feito. Mais um sonho realizado. Durante essa tocada, lembrei da minha viagem com o Luiz Rabelo, meu parceiro de viagem com quem mais tive afinidade. Lembrei de vários pontos que percorremos juntos essa estrada.
Lembrei dos meus medos em fazer curvas a mais de 110 km/h. E hoje, me via fazendo curvas a mais de 130-140 km/h. Quanta mudança!
Desde fevereiro deste ano eu me considero pronto-afinado-preparado-profissional. Estou pilotando muito bem, com segurança e destreza. Não sou perfeito, ainda dou umas bobeiras, mas melhorei muito. Uma pena que dessa vez a minha moto não estava 100% como em fevereiro. Melhorou muito desde a revisão em Buenos Aires. Mesmo com o peso excessivo, tive tranqüilidade para conduzi-la.
Parei em Três Corações para realizar outra vontade desde 2009: comer uma traíra sem espinho no Rei da Traíra. Comi com gosto e com calma. Conselho que vi em Monte Verde: a pressa é inimiga da boa refeição.
Depois disso, rotina dos pedágios, paradas para esticar as pernas. Parei em Oliveira, café, xixi, chicletes e caça palavras. Acho que nas próximas viagens vou levar para relaxar durante as pausas. Liguei para minha mãe e anunciei a minha chegada.
De Oliveira a BH foi um pulo. Já tinha escurecido e mesmo assim mantive o ritmo de 100-130 km. Contrariando o padrão, dessa vez foram os caminhões os responsáveis pelos sufocos na estrada. Apenas dois carros cometeram imprudências.
Dois quarteirões antes de chegar em casa eu já estava ficando emocionado.
Fotografei o painel no instante que parei no meu portão. Por apenas 7,8 km eu não completei 7.500 km rodados.
Meu irmão Marcos abriu o portão e nos abraçamos fortemente. Coloquei a moto para dentro e minha mãe veio me receber. Me abraçou e beijou várias vezes. Chorei de emoção, é bom estar em casa e junto da família. Marcone, meu irmão abaixo de mim, também estava em casa.
Pela última vez, descarreguei a bagagem da moto. Ela até ficou mais alta. Ainda tinha que subir escadas e fiz isso com muita calma.
Liguei para minha grande amiga Ana Paula e contar que eu estava bem e feliz. Falei com Débora, Luiz, Divino e Laura.
Ainda tenho que separar as coisas compradas, os presentes, peças para guardar. Retomar a rotina, resolver o problema do chip do celular. Planejar a agenda de atendimentos, coisas práticas.
Uma grande viagem, uma grande aventura. Impossível de ser realizada sem planejamento, sem a ajuda dos amigos, sem o apoio da família. Tenho uma lista de pessoas a agradecer, mas farei isso pessoalmente.
Ainda vou postar coisas práticas e alguns dados (se possível).
Abraço a todos.